O homem acusado de matar a ex-mulher estrangulada, encontrada com a boca amordaçada e os pés amarrados foi condenado a 30 anos de prisão em regime fechado em São José do Rio Preto (SP). O Tribunal do Júri aconteceu nesta quinta-feira (25), mais de cinco anos depois do crime, que ocorreu em janeiro de 2019.
Conforme a sentença, da juíza, Gláucia Véspoli dos Santos Ramos de Oliveira, Cícero Weldo Gomes foi condenado por homicídio quadruplamente qualificado, por motivo torpe, meio cruel, mediante a asfixia, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio. Cabe recurso da decisão.
Quarto revirado onde a mulher foi encontrada morta em Rio Preto — Foto: Fernando Daguano/TV TEM
À TV TEM, por telefone, o advogado de defesa do réu, Gustavo Cipullo Nesteruk Moreira, disse que não concorda com a sentença e vai recorrer da decisão.
De acordo com a juíza, “o réu agiu com extrema violência, perversidade e covardia, com total desprezo à dignidade da vida humana. É de se ressaltar nesta fase o elevado grau de reprovabilidade de sua conduta, na medida em que, ao ceifar a vida da vítima de forma covarde ainda a submeteu ao macabro cenário assustador”.
O corpo de Juliana Landin Simão Gomes Lima, de 37 anos, foi encontrado no dia 18 de janeiro de 2019 em um prédio na Rua Teodoro Del Monte, atrás do Hospital de Base, no bairro São Manoel. Cícero foi preso no mesmo dia, em Buíque (PE), ao tentar fugir com o carro do casal.
A denúncia do Ministério Público (MP) foi aceita pela Justiça em maio daquele ano. De acordo com o promotor de Justiça, Marcos Antonio Lelis Moreira, Cícero e Juliana tiveram um relacionamento por 10 anos e possuem uma filha, hoje com 10.
Juliana foi encontrada morta dentro do apartamento dele, em Rio Preto — Foto: TV TEM/Reprodução
A vítima pediu o divórcio após descobrir as traições do réu, mas ele não aceitou a separação e se recusou a sair de casa. No dia do crime, ele entrou no quarto, onde Juliana dormia, amarrou as mãos e boca com fita adesiva e os pés com o “enforca gato”. Em seguida, a estrangulou.
Juliana morreu no local. Cícero ainda colocou diversos porta-retratos com fotos do casal ao lado do corpo da ex-esposa, bem como bonecas de noiva com a cabeça arrancada. Na sequência, ele roubou o celular dela e fugiu para Pernambuco.
Ainda conforme a Justiça, Cícero premeditou o crime ao trocar os pneus do carro dele para fugir, retirando mais de R$ 4 mil em dinheiro do banco. O acusado se passou pela vítima durante conversas com familiares pelo WhatsApp para tentar esconder o desaparecimento dela.
O corpo só foi encontrado porque a vítima era enfermeira e, como não apareceu para trabalhar, os parentes acharam estranho o sumiço. Cícero está preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de São José do Rio Preto (SP).